Muito se tem pregado no meio do Cristianismo que o serviço
militar não é de Deus e que as autoridades constituídas são do Demônio. Desde a
Igreja Primitiva, existem movimentos “cristãos” anarquistas e pacifistas que
pregam que o Estado é uma instituição demoníaca, ou seja, de que as autoridades
não são estabelecidas por Deus. Então, o que será que a Bíblia diz a esse
respeito? Qual era a opinião dos Pais da Igreja e dos reformadores? Neste texto,
pretendo mostrar o que a Palavra de Deus diz sobre a relação dos cristãos com o
governo, e quem realmente instituiu as autoridades, se foi Deus ou o Diabo.
Começarei pelo Antigo Testamento.
“Disse Daniel: Seja
bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e
o poder; é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis;
ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos entendidos”. (Daniel 2:20-21)
Segundo
o Profeta Daniel, Deus estabelece os reis e remove os reis, ou seja, o
Todo-Poderoso estabelece os governantes da Terra, e conseqüentemente os seus
soldados também. Para Daniel, Deus coloca os reis no poder e os remove quando
quer.
“Mas, quando o seu coração se exalçou e o seu espírito se endureceu em
soberba, foi derribado do seu trono real, e passou dele a sua glória. E foi
tirado dentre os filhos dos homens, e o seu coração foi feito semelhante ao dos
animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; fizeram-no comer erva
como os bois, e pelo orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu
que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre os reinos dos homens e a quem quer
constitui sobre eles”. (Daniel 5:20-21)
Daniel afirmou que Deus, o Altíssimo,
domina os reinos dos homens e coloca no poder a quem Ele quer, isto é, Deus
estabelece os reis e os reinos da Terra. O profeta Daniel foi bem claro quando
afirmou isso.
“Todos devem
sujeitar-se às autoridades superiores; porquanto, não, há autoridade que não
venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Ele. Portanto, quem se
recusa a submeter-se à autoridade está se colocando contra o que Deus
instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos.
Porque os governantes não podem ser motivo de temor para os que praticam o bem,
mas para os que fazem o mal. Não queres sentir-se ameaçado pela autoridade?
Faze o bem, e ela o honrará. Pois ela serve a Deus para o teu bem. Mas, se
fizerdes o mal, teme, pois não é sem razão que traz a espada. É serva de Deus,
agente da justiça para punir quem pratica o mal. Portanto, é imprescindível que
sejamos submissos às autoridades, não apenas devido à possibilidade de uma
punição, mas também por causa da consciência. Por esta razão, igualmente pagais
impostos; porque as autoridades estão a serviço de Deus, e seu trabalho é zelar
continuamente pela sociedade. Dai a cada um o que lhe é devido: se imposto,
imposto; se tributo, tributo; se temor, temor; se honra, honra”. (Romanos
13:1-7)
No Novo Testamento, o apóstolo Paulo
confirma exatamente a mesma coisa que o profeta Daniel ensinou, ou seja, de que
as autoridades governamentais são estabelecidas por Deus. Paulo ainda vai mais
além, pois ele também disse que o Estado é servo de Deus para punir os
malfeitores. Paulo não só considera as autoridades legítimas, como também diz
que os governantes, magistrados e soldados têm a autorização de Deus para
usarem a espada para castigar os maus. A palavra grega usada para espada é “machaira” que é um símbolo da pena
capital. Paulo indica que era a favor da pena de morte quando usa a espada como
símbolo da punição do Estado.
Nós,
cristãos, devemos nos submeter às autoridades e pagar os impostos e tributos
(Paulo e Jesus ensinaram que os cristãos devem pagar todos os seus tributos e
impostos sabendo que o dinheiro era usado para a manutenção do Exército).
Devemos obedecer às autoridades sempre, portanto, que o governo não nos obrigue
a fazer algo contrário aos mandamentos de Deus, porque importa mais obedecer a
Deus do que aos homens. Mas, é lícita a sujeição as autoridades governamentais.
Os agentes do Estado são servos de Deus, ministros de Deus, para castigar os
malfeitores e louvar os homens que praticam o bem.
“Antes de tudo,
pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de
graça, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se
acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com
toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus nosso Salvador,
o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento
da verdade”. (1 Timóteo 2:1-4)
O apóstolo Paulo também ensinou que
é dever dos cristãos interceder em favor das autoridades governamentais (reis,
governantes, magistrados e soldados), porque é da vontade de Deus que os homens
investidos de autoridade também conheçam a Verdade e se convertam para reinarem
e julgarem com justiça. Paulo novamente se mostra favorável as autoridades, e
reconhece mais uma vez a sua legitimidade.
“Nenhum soldado em
serviço se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o
alistou para a guerra”. (2 Timóteo 2:4)
Para Paulo, o serviço militar é um
bom exemplo a ser seguido pelos cristãos, porque os cristãos devem ser
altamente disciplinados, cumprir com o seu dever, e obedecer às ordens de seu
Senhor exemplarmente.
“Sujeitai-vos a
toda instituição humana por causa do Senhor; quer seja ao rei, como soberano;
quer às autoridades como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores,
como para louvor dos que praticam o bem. Porque assim é a vontade de Deus, que,
pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos; como livres
que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo
como servos de Deus. Tratai a todos com honra, amai aos irmãos, temei a Deus,
honrai ao rei”. (1 Pedro 2:13-17)
Para o apóstolo Pedro, a função das
autoridades governamentais é punir os maus e louvar os bons (o mesmo que Paulo
ensinou no capítulo 13 da Carta aos Romanos). Para esses apóstolos, é a
obrigação do Estado castigar os malfeitores e louvar os cidadãos de bem. Ambos
os apóstolos ensinaram que é legítimo se submeter às autoridades, portanto, que
elas não obriguem os cristãos a fazer algo contrário à vontade de Deus. Portanto,
Deus autoriza as autoridades a usarem a força (a violência mesmo) para punir os
criminosos.
“Também soldados
lhe perguntaram: E nós, que faremos? E ele lhes disse: A ninguém maltrateis,
não deis denúncia falsa, e contentai-vos com o vosso soldo”. (Lucas 3:14)
Para João Batista, o serviço militar
é algo lícito para o servo de Deus exercer como profissão. O precursor do
Messias, que é considerado o maior de todos os profetas, e o homem mais justo
que já existiu sobre a Terra, quando batizou alguns soldados, não os recriminou
por serem militares, pelo contrário, lhes incentivou a permanecerem no
Exército, portanto, que eles fossem justos e honestos.
A Bíblia menciona sobre centuriões
que eram homens bons que exerciam a sua profissão com honra, ou seja, que eram
honestos e íntegros. O centurião Cornélio até se converteu ao Cristianismo. Na
Bíblia não está escrito que Cornélio abandonou a sua centúria e a Bíblia relata
que ele foi batizado ainda sendo um oficial romano.
Os cristãos pacifistas, para sustentar a heresia do pacifismo,
se utilizam de versículos bíblicos fora de contexto, então, eu mostrarei os
verdadeiros contextos dos versículos usados por eles.
“No demais, irmãos
meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a
armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do
Diabo; porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os
principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século,
contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Portanto,
tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo
feito tudo, ficar firmes”. (Efésios 6:10-13)
Inúmeros
cristãos interpretam mal o capítulo 6 da Carta aos Efésios, porque eles confundem
guerra espiritual com pacifismo. O autor da Carta aos Efésios é também o autor
da Carta aos Romanos. O apóstolo Paulo, o autor de ambas as Cartas, não era
pacifista, pois se percebe claramente a sua posição em relação ao Estado no
capítulo 13 da Carta aos Romanos. No capítulo 6 da Carta aos Efésios, o
apóstolo Paulo usa puro simbolismo militar para se referir à armadura de Deus.
O apóstolo Paulo constantemente usava o serviço militar como bom exemplo para a
vida cristã. O fato de Paulo ter dito que a nossa luta não é contra carne e
sangue (muito deturpado pelos pacifistas hipócritas), não significa que ele fez
apologia ao pacifismo. O capítulo 6 da Carta aos Efésios não invalida o
capítulo 13 da Carta aos Romanos, portanto, o apóstolo Paulo não pregou o
pacifismo.
“Porque, andando
na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não
são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas;”. (2
Coríntios 10:3-4)
Por isso, as armas carnais e humanas, tais como argúcia,
habilidade, riqueza, capacidade organizacional, eloqüência, persuasão,
influência e personalidade são em si mesmas inadequadas para destruir as
fortalezas de Satanás; porque as únicas armas adequadas para desmantelar os
arraiais do Diabo, as injustiças e os falsos ensinos são as armas que Deus nos
dá. Esse trecho não se refere às armas bélicas, mas, sim, a capacidade humana;
e para combater o Inferno precisamos das armas espirituais dadas por Deus, pois
somos incapazes de vencermos Satanás e os seus demônios sozinhos.
“Ouvistes que foi
dito: Olho por olho e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao
mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;”.
(Mateus 5:38-39)
Os fariseus deturpavam as leis do Antigo Testamento para
incentivar as pessoas ao ódio e a retaliação, porque olho por olho e dente por
dente eram na verdade as punições aplicadas pelas autoridades nos malfeitores e
não um incentivo a represália do indivíduo. Jesus condenou a vingança pessoal e
não a legítima defesa, pois Ele usa muito simbolismo nas coisas em que ensina.
Cristo, em outra parte da Bíblia, ensinou que se as suas mãos e pés e os seus
olhos te fizerem pecar, se deve amputar as mãos e os pés e arrancar os olhos
fora, mas tudo isso é simbólico e não se deve fazer no sentido literal.
“Então, Jesus lhe
disse: Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada, à espada
perecerão”. (Mateus 26:52)
Cristo não fez apologia ao pacifismo, mas simplesmente
falou que os violentos sofrerão violência. Se Pedro tivesse matado Malco, ele
seria punido com a morte pelo Estado Romano e Jesus quis impedir que isso
acontecesse.
“E saberá toda
esta congregação que o Senhor salva, não com espada, nem com lança; porque do
Senhor é a guerra, e ele vos entregará na nossa mão”. (Samuel 17:47)
Quando Davi afirmou que do Senhor é a guerra, ou seja, de
que a batalha pertence ao Senhor, ele quis dizer que nós, servos de Deus,
devemos confiar no Altíssimo e não em nossa própria força ou em armas bélicas;
entretanto, em nenhum momento, ele hesitou lutar contra Golias por causa disso,
porque ele confiava no Senhor dos Exércitos.
Quase todos os cristãos nunca compreenderam o sexto mandamento
“não matarás”. A tradução correta do sexto mandamento é “não assassinarás”. Os
religiosos alienados usam e abusam da tradução errada desse mandamento para
ficarem atacando pedras nos guerreiros que matam para se defenderem ou para
protegerem os indefesos. O verbo hebraico “ratsach”
usado nesse mandamento no Antigo Testamento, e o verbo grego “foneuo” usado nesse mandamento no Novo
Testamento, sempre são usados para se referir ao assassinato criminoso, e nunca
a legítima defesa e a pena capital. Tanto o verbo hebraico “ratsach” quanto o verbo grego “foneuo”
se referem ao homicídio ilícito. Portanto, matar para se defender ou para
proteger alguém não é pecado.
Há muitas semelhanças entre a vida cristã e o serviço
militar, por isso, o apóstolo Paulo vivia comparando ambos. Os cristãos devem
ser como soldados, isto é, devem acatar as ordens de seu Senhor e cumprir a sua
missão.
Sobre o Juramento à Bandeira, na verdade, os militares não
juram, mas, sim, prometem que lutarão e se for preciso até morrerão para
poderem proteger a sua nação. Quando eu me alistei no Exército, não fiz nenhum
juramento, mas apenas prometi que lutaria pelo meu país caso fosse necessário.
No Concílio de Jerusalém, os judeus cristãos decidiram que
todos os seguidores de Jesus não devem comer alimentos sacrificados aos ídolos,
nem praticar relações sexuais ilícitas e nem beber sangue. Na 1 Carta aos Coríntios,
o apóstolo Paulo ensinou que os cristãos podem comer alimentos sacrificados aos
ídolos sim, portanto, que não escandalizem os irmãos “fracos” na fé. Se os
cristãos orarem para Deus abençoar os alimentos sacrificados aos ídolos, não há
problema nenhum em comê-los. O sexo deve ser praticado somente dentro do
casamento mesmo. O sangue foi proibido de ser ingerido, porque no contexto
daquela época, os pagãos bebiam sangue para adorar os seus deuses. Entretanto,
hoje, não há problema algum em comer frango ao molho pardo, chouriço ou até
mesmo beber sangue de galinha para sobreviver na selva.
Em relação a “cultuar as tradições”, na verdade, os
militares não prestam culto as tradições e nem aos heróis do passado, mas,
simplesmente, eles relembram os feitos do passado e prestam homenagens a esses
grandes guerreiros, no entanto, ninguém bate continência ou se curva diante de
quadros e estátuas.
Muito se tem pregado que o Cristianismo Primitivo era
contra o serviço militar, mas será que isso é verdade? Será mesmo que os
cristãos primitivos condenavam o trabalho dos soldados? Pais da Igreja, como,
por exemplo, Tertuliano de Cartago, Hipólito de Roma, Orígenes de Alexandria,
Cipriano de Cartago e Lactâncio demonizavam o serviço militar, mas será que
existiram Pais da Igreja que pensavam diferente deles? Será mesmo que os
primeiros cristãos eram anarquistas e pacifistas? Já vimos que a Bíblia apóia o
serviço militar. Então, existiram bispos que apoiavam?
Agora, contarei as opiniões dos Pais da Igreja sobre os
temas, guerra e política. Os Pais da Igreja foram grandes teólogos da Igreja
Primitiva (muitos eram até filósofos e historiadores), que ensinavam aos
cristãos os ensinamentos da Palavra de Deus. Muitos deles pregaram heresias,
mas outros foram fiéis ao Evangelho puro e simples. Também tiveram os Doutores
da Igreja, que surgiram com a conversão do Império Romano ao Cristianismo.
Tanto os bispos primitivos quanto os Doutores da Igreja foram homens
importantes para a História da Igreja Cristã.
Clemente de Roma, conhecido como Clemente Romano, foi
discípulo do apóstolo Pedro e cooperador do apóstolo Paulo. Clemente, em sua
Carta aos Coríntios, reconhece que as autoridades governamentais são legítimas,
e até elogia os soldados os usando como bom exemplo a ser seguido pelos
cristãos. Clemente de Roma ensinou os cristãos a orarem em favor dos
governantes, porque eles são instituídos por Deus.
Policarpo de Esmirna foi discípulo do apóstolo João, e em
seu martírio, registrado no livro “História Eclesiástica” de Eusébio de Cesaréia,
ele afirma em seu julgamento, antes de ser martirizado, que as autoridades
governamentais são estabelecidas por Deus; e de que é digno pagar os tributos e
os impostos aos governantes. Os Pais Apostólicos reconheciam a legitimidade das
autoridades.
Clemente de Alexandria além de
reconhecer a legitimidade das autoridades governamentais, também apoiava a
guerra justa, pois ele era totalmente a favor do serviço militar. Clemente além
de apoiar as guerras justas, também apoiava as revoluções justas contra
governos tirânicos e opressores. Clemente de Alexandria também defendia a
prática de esportes (como o Pancrácio, a arte marcial grega). Ao contrário de
seu discípulo, Orígenes de Alexandria, Clemente não via problema algum em
cristãos matarem nas guerras e revoluções justas.
Justino Mártir, Ireneu de Lyon,
Teófilo de Antioquia, Melitão de Sardes, Eusébio de Cesaréia e outros bispos da
Igreja Primitiva, também reconheceram que as autoridades governamentais são
legítimas e estabelecidas por Deus. Essa “historinha” de que todos os Pais da
Igreja do Cristianismo Primitivo condenavam o serviço militar é mentira do
Diabo, porque isso não tem embasamento histórico e nem bíblico.
Agostinho de Hipona foi o maior de
todos os Pais da Igreja, e ele foi o responsável por desenvolver a teologia da
guerra justa. Agostinho defendia a pena capital e ensinava claramente que os
cristãos têm a obrigação de participarem de guerras justas para promoverem a
justiça.
Ambrósio de Milão era mestre de
Agostinho, pois foi ele quem o batizou. Ambrósio também era favorável a pena
capital e apoiava a guerra justa, pois ele também reconhecia a legitimidade das
Forças Armadas.
Jerônimo de Strídon foi o homem que
criou a “Vulgata” (a versão em latim
da Bíblia). Esse Doutor da Igreja conhecia a Bíblia inteira, então, ele podia
falar com propriedade dos ensinamentos contidos nela. Jerônimo era a favor da
pena de morte e também apoiava a guerra justa.
Tomás de Aquino, um Doutor da Igreja
da Idade Média, além de apoiar a guerra justa e a pena capital, também apoiava
a legítima defesa, pois ele desenvolveu uma teologia para discutir sobre esse
assunto.
Os reformadores, Martinho Lutero,
João Calvino e Ulrico Zuínglio também apoiavam a guerra justa e eram favoráveis
a pena de morte. Os luteranos, os huguenotes, os puritanos e outros
protestantes empunharam armas não só para combater nas guerras justas, mas
também para lutarem em revoluções justas contra os seus perseguidores que os
perseguiam por causa do Evangelho.
No Concílio de Arles, em 314, a Igreja Primitiva
reconheceu o serviço militar como sendo algo lícito para os cristãos. Deus
nunca condenou as guerras justas. Muito se tem falado de que antes do ano 170
os cristãos não se alistavam no Exército, mas isso é uma tremenda mentira demoníaca.
No ano 170, os cristãos começaram a se alistar em grande número no Exército por
causa da ameaça dos bárbaros que colocavam em risco a segurança do Império
Romano e de seus cidadãos, mas sempre existiram cristãos ocupando cargos de
autoridade (eram poucos, mas eles existiram). O procônsul Sérgio Paulo, e os
cônsules, Acílio Glábrio e Flávio Clemente, foram bons exemplos disso, pois
foram autoridades cristãs. Deus sempre apoiou o serviço militar.