Filipe Levi 30/07/18
A VIRTUDE DA ASSIMILAÇÃO (PRINCÍPIOS
MORAIS E VALORES ÉTICOS NOS DESENHOS JAPONESES)
“Eu sei e estou certo, no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda”. (Romanos 14:14)
Muitos evangélicos, baseados em seu preconceito religioso, demonizam os desenhos animados e o incrível é que esses religiosos hipócritas somente vêem o Diabo em todo lugar e não conseguem ver nada de bom nos desenhos. Eu reconheço que existe ocultismo em diversos desenhos e que eles são perigosos (para crianças pequenas que não sabem discernir o certo do errado), mas posso afirmar que eu e muitos de meus amigos temos retido muitas coisas boas nesses mesmos desenhos, pois como a própria Palavra de Deus nos ensina, devemos examinar tudo e reter o que é bom.
“Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem sobre os ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los”. (Mateus 23:4)
Infelizmente, o fanatismo religioso sempre fez parte da História do Cristianismo. Existem cristãos que vivem em função do Diabo, ou seja, eles não conseguem viver sem o Capeta. Geralmente, esses religiosos tapados e alienados costumam impor um padrão de falsa santidade para os outros que nem eles mesmos conseguem viver. Esses hipócritas colocam fardos pesados em cima dos outros, mas eles, porém, nem com o dedo querem ajudar.
“Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens”. (Mateus 15:7-9)
Sempre existiram os cristãos “doutrinários”, isto é, aqueles cristãos que vivem em função das doutrinas que são preceitos dos homens. Esses religiosos fanáticos não se importam com os Mandamentos de Deus, porque eles dão mais valor as doutrinas que são preceitos dos homens do que aos Mandamentos do Altíssimo. Ficar demonizando vestimentas e a aparência das pessoas é coisa de gente idiota, ou seja, o que as pessoas vestem ou deixam de vestir, ou se usam brincos, piercings, e tatuagens, não faz diferença nenhuma para se alcançar a Salvação, até porque a Salvação depende exclusivamente do Sacrifício de Jesus; e não do que as pessoas fazem ou deixam de fazer. A Salvação não é pelas obras, mas, sim, pela Graça.
O Cristianismo influenciou o Oriente de tal modo que se percebe a sua influência nos animes (desenhos japoneses). As religiões orientais não costumam retratar a luta entre o bem e o mal como o Judaísmo e o Cristianismo retratam. Com a introdução do Cristianismo por meio dos jesuítas e mais tarde até com os missionários protestantes, os princípios e valores cristãos acabaram sendo introduzidos sutilmente nos países orientais. A luta entre o bem e o mal retratada nos animes é pura influência do Cristianismo.
Gosto muito de assistir animes (desenhos japoneses) e aprendo lições de amizade, companheirismo e honra nesses desenhos que Josué Yrion e companhia adoram endiabrar. Os heróis dos animes geralmente são determinados, ousados e valentes, e se preocupam constantemente em ajudar os semelhantes. Os animes que eu assisto ensinam que a vingança é errada e que devemos pelejar apenas baseados na justiça. Os heróis japoneses usam sua força e habilidades para proteger os indefesos e lutar pelo que é justo. O que acho mais interessante nesses desenhos é que inimigos mortais se perdoam e se tornam grandes amigos, e a amizade é muito valorizada, algo que, infelizmente, não tenho visto nas igrejas evangélicas.
Agora, escreverei sobre alguns desenhos que assisto que têm me ensinado vários princípios morais e lições de companheirismo.
O anime “Yu Yu Hakusho” também me fez muito feliz. Yusuke Urameshi, Kazuma Kuwabara, Kurama e Hiei são heróis que também marcaram toda uma geração. Todos esses heróis foram ruins no passado, mas se arrependeram e se converteram de seus maus caminhos. Eu torcia por Yusuke e seus amigos para que eles triunfassem sobre as Forças do Mal. Esse anime, como quase todos os desenhos japoneses, mostra muito o valor da amizade. Urameshi e Kuwabara eram inimigos no passado, mas depois se tornaram grandes amigos perdoando um ao outro. Apesar de Yusuke ser filho de Raizen (um youkai) ele não seguiu o caminho de seu pai. Os heróis desse desenho são honrados e dignos de meu respeito, pois eles abandonaram a maldade e ousaram ser bons. “Yu Yu Hakusho” é realmente um anime magnífico.
Na luta de Yusuke contra Suzaku, aprendi três lições muito importantes e sobre o verdadeiro altruísmo, que é se importar mais com os outros do que com si mesmo. Todo atleta e todo guerreiro precisa se dedicar a três regras básicas de combate e de desempenho. Sentimento (Compaixão), Vontade (Oposto do Medo) e Mente Concentrada (O Verdadeiro Campo de Batalha é a Mente). Quando a batalha está no fim, é quando a luta começa de verdade. No limite do esforço físico e da mente, a nossa verdadeira força é revelada. Esses são os laços humanos que tornam as pessoas tão unidas. Um verdadeiro exército deve ser unido, pois qualquer erro de operação pode comprometer o desempenho do pelotão inteiro. Quando você se importar mais com os outros do que consigo mesmo. Quando você encarar uma batalha impossível em prol dos outros. Quando você for à voz daqueles que não podem falar. Quando você usar a sua grande força e coragem para proteger os indefesos e defender os fracos. Quando a sua inteligência e o seu conhecimento forem usados para fazer o bem. Quando você estiver disposto a sacrificar a sua própria vida lutando em prol dos outros, usando a força da sua vida e drenando a sua própria energia vital, você se tornará verdadeiramente forte. Quando você alcançar essas metas, terá se tornado num herói de verdade. Tenha compaixão pelos fracos. Tenha força de vontade (a sua vontade não pode ser fraca). Tenha a mente concentrada (o verdadeiro campo de batalha de todo ser humano é a mente). O fracasso não é uma opção. Se você perder, as pessoas por quem você está lutando e protegendo também morrerão.
"O sentimento de luta não deve ser medido pela probabilidade de vitória, mas, sim, pelos valores em defesa dos quais a luta foi feita".
Se eu buscasse a Deus por interesse, não seria uma atitude muito inteligente de minha parte, porque eu só tenho “me lascado e me ferrado” por tentar fazer a coisa certa. Eu sou depressivo, infeliz, desejo a morte todos os dias e não tenho expectativa no futuro, mas, mesmo, assim, serei leal a Deus. Eu concordando com Deus ou não, o Senhor já sabe a minha resposta. Bem sei que terei um fim trágico e que nunca serei feliz, mas, mesmo, assim, desejo com toda a sinceridade do meu coração fazer o bem. Quando Ryu e Ken perderam para Guile, a sua derrota quebrou o seu orgulho e eles saíram pelo mundo para treinarem e se tornarem em lutadores mais fortes. Quando Ryu foi preso injustamente por causa do tráfico de drogas, na prisão, Ryu aprendeu a lutar Muay Thai e descobriu onde poderia se aperfeiçoar e conhecer a energia da vida. Quando José foi vendido como escravo pelos seus irmãos; quando foi escravizado, oprimido e humilhado no Egito; quando foi preso injustamente por causa de sua integridade e fidelidade a Deus, tudo isso, foi um treinamento, um preparo para que José se tornasse em Zafenate-Panéia (Governador-Geral) do Egito. Quando Uryuu Ishida foi derrotado por Renji Abarai, isso quebrou o seu orgulho, e o Quincy começou a treinar arduamente para se tornar mais forte e poderoso. O corte da lâmina da espada de Renji fez Uryuu adquirir certa experiência para lutar nas batalhas que ele enfrentaria mais adiante. Muitas vezes, o mal pode se tornar em benção. Muitas vezes, nós devemos “fazer do limão uma limonada”. Podemos aprender com os nossos erros e adquirir bons ensinamentos e experiência com momentos ruins que passamos na vida. O que é maldito pode se tornar em bendito. O mal pode se tornar em benção. Não conhecemos os propósitos de Deus e nem os seus critérios, mas devemos confiar de que Deus é Soberano e sabe o que faz. Muitas vezes, eu escrevo para mim mesmo. As coisas que escrevo, são coisas que passo mesmo (pura experiência pessoal). Eu também estou no “olho do furacão”. Durante a minha vida inteira, fui acusado de ser coisas que eu não sou e de fazer coisas que nunca fiz (pelos crentes safados e hipócritas que vivem arrotando “santidade” e que não vivem o que pregam, mas que adoram cobrar uma “falsa santidade” dos outros que nem eles próprios conseguem viver). Eu não sou feliz e todos os dias desejo ardentemente morrer, mas preciso continuar vivo. Alguém tem que ficar e lutar. Alguém tem que fazer a diferença. Alguém tem que fazer. Sei que não verei os meus frutos, mas preciso plantá-los agora. Se eu não tentar e fizer, nunca haverá resultados. Já tem gente demais fazendo o mal, alguém tem que ousar fazer o bem. Alguém tem que fazer a diferença.
Samurai X ou Rurouni Kenshin é um desenho que se passa na Era Meiji do Japão e é um dos animes que mais gosto. Kenshin Himura era Battousai, o Retalhador, um matador que retalhava suas vítimas sem piedade. No final da Era Tokugawa ele se arrependeu de todos os seus crimes (por causa do amor) e prometeu para si mesmo que nunca mais sujaria suas mãos de sangue novamente. Durante anos, eu odiei os bandidos e desejei ser um justiceiro, mas através desse desenho pude ver que os marginais também podem se converter e se tornar pessoas boas. Deus usou esse anime para falar comigo e através dele eu passei a olhar para os delinqüentes com compaixão.
Fullmetal Alchemist é o desenho que conta a história de dois irmãos, Edward Elric e Alphonse Elric, e o que acho mais bonito nesse anime é o fato desses dois irmãos viverem um em função do outro. Edward e Alphonse brigam como todos os irmãos, mas eles têm um laço de amizade muito forte. Esses irmãos estão dispostos a morrer um pelo outro e sempre lutam pelo que é certo.
Bleach conta a história de Ichigo Kurosaki, um adolescente que se tornou num ceifeiro de almas (um tipo de caçador de demônios) e ele usa todo seu poder para proteger as pessoas que não podem se defender. Ichigo é amigo de Rukia Kuchiki e arriscou sua própria vida para salvá-la, porque ele a amava. Como quase todos os desenhos japoneses, esse anime também valoriza muito a amizade e os heróis desse desenho são amigos mesmo uns dos outros. Um dos heróis que mais admiro desse anime é o Sado Yasutora, um jovem extremamente forte e poderoso que foi briguento no passado, mas que prometeu para si mesmo que nunca mais usaria seus punhos em causa própria e somente lutaria em favor dos fracos e oprimidos. Uryuu Ishida, o Quincy, também é um herói que admiro muito, porque ele é íntegro e honrado, e também somente luta em prol da justiça para defender os indefesos. Com o Uryuu eu aprendi que: “As flechas do Quincy só devem ser lançadas em nome da justiça. Não justiça para si mesmo, mas justiça para aqueles a quem o Quincy jurou proteger”. Com o Uryuu eu também aprendi que para aqueles que conhecem a Verdade não adianta fechar os olhos e tampar os ouvidos, ou seja, eu não posso ignorar o mundo espiritual. O Uryuu e o Ichigo eram inimigos mortais e se odiavam, mas com o passar do tempo, eles se tornaram grandes amigos (os ceifeiros de almas e os Quincys são inimigos naturais). Esse anime abençoa muito a minha vida, porque Deus sempre fala comigo por meio desse desenho animado.
Um desenho que gosto muito é o “Saint Seiya”, porque é um anime magnífico. Quando eu era criança, sofri muito preconceito por parte dos evangélicos por eu gostar do desenho japonês “Os Cavaleiros do Zodíaco”. Pretendo usar o meu talento de escrever mais uma vez para poder defender o anime Saint Seiya, porque já estou farto da hipocrisia e do fanatismo religioso dos fariseus. Chega de falso moralismo!
Seiya de Pégaso, Shiryu de Dragão, Hyoga de Cisne, Shun de Andrômeda, e Ikki de Fênix são os protagonistas desse maravilhoso desenho. Esses jovens cavaleiros de bronze são conhecidos como “Os Cavaleiros da Esperança”. Seiya e seus amigos são homens dispostos a sofrerem e morrerem pelos outros. Eles não usam os seus punhos em causa própria, mas usam os seus poderes para promover a justiça.
Seiya é determinado e perseverante, ou seja, ele não se entrega facilmente. O cavaleiro de Pégaso, mesmo sem os seus cinco sentidos, permanece lutando em prol da justiça. Seiya é um guerreiro admirável. No filme “A Lenda dos Defensores de Atena”, Seiya havia perdido a esperança e queria morrer. Saga de Gêmeos disse para Seiya que para os que perdem a esperança e desistem de lutar só resta morrer mesmo. Saga incentivou Seiya a lutar pela vida. Pégaso derrotou Gêmeos, e conseguiu vencer os demais inimigos, porque ele voltou a ter esperança, e continuou lutando.
Shiryu de Dragão é o cavaleiro que mais valoriza a amizade. Shiryu não vive para si mesmo, mas, sim, para a justiça. Ele é um homem que daria a vida pelos outros. Apesar de eu gostar mais do Ikki de Fênix, Shiryu é o cavaleiro que acho mais íntegro e honrado, isto é, ele é o mais digno do meu respeito. O cavaleiro de Dragão em várias ocasiões se sacrificou pelos seus amigos. Quando Shiryu doou grande parte de seu sangue para concertar as armaduras de Pégaso e de Dragão, ele provou que a sua amizade era verdadeira arriscando a sua própria vida. Em outra ocasião, Shiryu se cegou para poder derrotar Algol de Perseu, um cavaleiro de prata que havia transformado Seiya e Shun em estátuas de pedra. Assim, Dragão salvou Pégaso e Andrômeda. Quando Shiryu enfrentou vários esqueletos de cavaleiros, ele não podia se desviar para a direita, nem para a esquerda, e nem recuar. Assim, nós, cristãos, temos que trilhar o Caminho de Deus.
Hyoga de Cisne é um cavaleiro muito valente e honrado que tem muito carinho pela sua mãe. Hyoga tem princípios cristãos (a sua mãe era cristã), e ele é muito perseverante nas batalhas, assim, como os seus demais companheiros. Na Casa de Escorpião, quando Hyoga enfrentou Milo, o cavaleiro de Escorpião lhe disse que era um sonho os cavaleiros de bronze chegarem até a Sala do Mestre, mas Cisne lhe falou que se as pessoas se esforçarem e lutarem por seus sonhos, os seus sonhos podem ser realizados.
Shun de Andrômeda odeia a violência, ou seja, ele não gosta de lutar. Mas, luta quando é necessário. Shun é muito sensível, e não gosta de machucar as pessoas. Na Casa de Libra, o cavaleiro de Andrômeda elevou o seu cosmo ao máximo (arriscando a sua própria vida) para poder descongelar Hyoga de Cisne, que havia sido congelado por Camus de Aquário. Shun também está disposto a dar a sua própria vida pelos seus amigos.
Ikki de Fênix era maléfico no passado, mas graças à amizade de Seiya e dos outros; e do amor de seu irmão Shun, ele se converteu de seus maus caminhos. Ikki era só ódio por dentro, mas o amor o fez se arrepender de seus pecados e nascer de novo. O cavaleiro de Fênix era perverso, e liderava os terríveis cavaleiros negros, mas quando Ikki se converteu, ele passou a lutar pela justiça.
A parte que mais gosto do anime Saint Seiya, é quando o Mestre Ancião (Dohko de Libra) dá uma lição de moral em Máscara da Morte, o cavaleiro de Câncer. Aprendi com Dohko que a injustiça será para sempre injustiça; e a justiça será eternamente justiça. Não importa o quanto o mal tente mudar isso, a verdade é imutável. A injustiça nunca será justiça. Estes são os princípios e valores do anime Saint Seiya.
Estou passando por um momento muito difícil; e o meu coração dói tanto, como se Afrodite de Peixes tivesse encravado uma rosa sangrenta no meu coração. Ainda bem que eu tenho o anime Saint Seiya para me alegrar e me ajudar a esquecer a tristeza.
“E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia”. (Êxodo 17:11)
Em certa ocasião, o povo de Deus enfrentou os seus inimigos, os amalequitas, e Moisés intercedeu a favor de Israel para que o seu povo triunfasse. Enquanto Moisés estendia as suas mãos e orava, os hebreus prevaleciam; mas quando ele abaixava as suas mãos, os amalequitas prevaleciam. Essa parte da Bíblia nos mostra novamente o verdadeiro poder da oração.
Neste maravilhoso desenho japonês, eu vi um episódio em que a Shunrei intercedeu em favor do Shiryu de Dragão. A Shunrei orou, ou seja, ela pediu diversas vezes para o Deus judaico-cristão proteger o seu amado Shiryu do cavaleiro de ouro Máscara da Morte de Câncer. O próprio anime Saint Seiya, que não é um desenho cristão, mostra o poder da oração. O vilão, Máscara da Morte, ficou muito incomodado com a oração da Shunrei; e foi a intercessão dessa garota que salvou Shiryu. Até esse anime ensina princípios e valores cristãos. Eu aprendi muito com esse magnífico desenho japonês. Apesar da idolatria e da Astrologia envolvidas nesse anime, têm muitas coisas boas para se reter nesse desenho que marcou a minha geração.
Dragon Ball conta a história de Goku, um garoto com rabo de macaco que foi enviado a Terra para conquistá-la, mas quando chegou ao planeta foi criado por Son Gohan que o criou com amor e carinho o transformando numa pessoa boa. Nesse desenho, muitos rivais se perdoaram e se tornaram grandes aliados. Vilões perversos se arrependeram de suas maldades e passaram a lutar pela justiça, como, por exemplo, Piccolo, Tenshinhan, Yamcha e Vegeta, que eram maus e se tornaram bons. Vegeta quando se casou, o amor por sua amada esposa o transformou num novo homem. Assim, Vegeta se tornou num bom marido e bom pai.
Naruto é o anime que tem feito grande sucesso na atualidade e conta a história de um jovem ninja com o mesmo nome do desenho que era considerado pela sociedade um fracassado que jamais triunfaria na vida. Eu me identifico muito com ele, porque sempre tive complexo de inferioridade e as pessoas nunca acreditaram em mim. Apesar de todos terem falado que Naruto era um perdedor, ele nunca desistiu de seus sonhos e provou para todos que ele era capaz de ser um vencedor. Naruto Uzumaki nunca desistiu de seu grande amigo, Sasuke Uchiha, que se desviou do caminho da justiça para trilhar o caminho do mal. Naruto sempre fez de tudo para trazer Sasuke de volta para o lado do bem, e nunca desistiu dele. Naruto luta contra o seu lado obscuro (um demônio aprisionado dentro dele). Esse ninja luta contra a sua própria natureza, e o amor e a amizade o tornaram num guerreiro justo e num homem grandioso com um excelente caráter.
Eu enxergo, claramente, ensinos teológicos profundos em alguns animes, muitos valores bíblicos e princípios éticos que tem tudo a ver com a Bíblia, a Palavra de Deus. Mostrarei, agora, alguns bons exemplos.
Ichigo Kurosaki luta contra o seu lado Hollow, o seu lado obscuro. Naruto Uzumaki luta contra a "Raposa de Nove Caudas", que também é o seu demônio interior. Nós, crentes em Jesus, também lutamos contra o nosso lado obscuro, o nosso demônio interior. O Velho Homem, o Velho Adão, é o nosso maior inimigo. Muito mais mortal, letal e fatal do que os nossos inimigos exteriores. O nosso inimigo interior é o principal que devemos combater com todas as nossas forças. Essa é a nossa labuta diária. Martinho Lutero disse que pensava que o Velho Homem havia morrido nas águas do batismo, mas ele descobriu que o miserável sabia nadar. John Owen disse que nós, cristãos, devemos combater o pecado diariamente, porque se nós não matarmos o pecado, o pecado nos matará. O Velho Adão, o Velho Homem, sempre estará conosco, até a nossa morte. Como verdadeiros guerreiros devemos combater o nosso lado obscuro, o nosso lado Hollow, a nossa Raposa de Nove Caudas interior.
Ikki de Fênix é um bom exemplo a ser seguido pelos cristãos. Ikki foi espancado quando era criança, órfão e foi rejeitado pelas pessoas. Na Ilha da Rainha da Morte, ele foi treinado por Guilthy (Satanás), que lhe ensinou apenas o ódio e desejo por vingança. Fênix perdeu a mulher que amava (morta pelo seu próprio mestre), e matou o assassino de sua amada com suas próprias mãos. Ikki passou a dominar a Ilha da Rainha da Morte, e ficou conhecido como o "Cavaleiro do Ódio". Ikki tentou matar os seus amigos de infância, mas foi derrotado, se arrependendo de todos os seus crimes. Ikki de Fênix, que era conhecido como o "Cavaleiro do Ódio", passou a ser conhecido como o "Cavaleiro da Esperança", e começou a lutar em nome da verdade e da justiça. Ikki quebrou o "ciclo da intolerância" e abandonou o seu passado sangrento para se tornar num verdadeiro herói.
Ikki de Fênix, que no passado era conhecido como o Cavaleiro do Ódio, mas que se converteu de seus maus caminhos, nascendo de novo, ressurgindo das cinzas como o Cavaleiro da Esperança, quando voltou para a Ilha da Rainha da Morte (Hades – Inferno) teve que enfrentar Jango e seus comparsas, os Cavaleiros Negros. Neste confronto, Fênix enfrentou o Fênix Negro, o seu Demônio Interior (o Velho Adão, o Velho Homem), e quase morreu nesta batalha, mas ele teve uma visão da mulher que amava (Esmeralda), que lhe lembrou de quem Ikki era. Esmeralda o lembrou de que Ikki ainda tinha uma missão importante a cumprir e de que ele precisava continuar vivendo, porque ele é Fênix, o Cavaleiro da Esperança. Esmeralda lembrou Ikki de que por ele ser o Cavaleiro da Esperança, não devia desistir, não podia se dar por vencido. Ikki se encheu de esperança, elevando o seu cosmo, se libertando das garras de Fênix Negro, a sua armadura de Fênix o revestiu, e Ikki golpeou Fênix Negro o derrotando, provando quem era o verdadeiro Fênix. Assim, o Cavaleiro do Ódio que se tornou no Cavaleiro da Esperança, venceu o seu lado negro (o seu lado obscuro).
Ikki de Fênix era órfão, foi espancado diversas vezes quando criança e viu a mulher que amava morrer diante de seus olhos. Ikki foi treinado por Guilty (Satanás, o Diabo), e o derrotou, reinando em seu lugar, passando, assim, a dominar e a reinar sobre a Ilha da Rainha da Morte (um lugar infernal, onde apenas a dor e o sofrimento reinavam). Ikki passou a ser conhecido como o Cavaleiro do Ódio e somente o rancor e o desejo de vingança dominavam o seu coração. Fênix tentou matar os seus amigos de infância, e foi derrotado, se arrependendo de todos os seus pecados. O seu passado sangrento foi apagado, e Ikki de Fênix que era conhecido como o Cavaleiro do Ódio, passou a ser conhecido como o Cavaleiro da Esperança. Ikki quebrou o ciclo de intolerância, e abandonou o seu passado sangrento de ódio. Ikki de Fênix, o Cavaleiro do Ódio que se tornou no Cavaleiro da Esperança. Ikki passou a lutar em nome da verdade e em nome da justiça, se tornando num verdadeiro herói. O que era maldito se tornou em bendito. O mal se tornou em benção.
Quando os Incas enfrentaram os espanhóis, eles foram derrotados por causa do impacto psicológico, porque os Incas poderiam vencer a guerra, mas eles não conheciam as armas de fogo e nem os canhões, e com isso eles ficaram assustados, entraram em desespero e foram derrotados. Quando Hyoga de Cisne lutou contra o gigante Dócrates (irmão de Cássios), o cavaleiro de Cisne se lembrou do ensinamento de seu mestre (Mestre Cristal), que homens muito grandes têm pernas muito frágeis e com isso, Hyoga, causou um grande impacto psicológico em Dócrates e com a ajuda de Shun de Andrômeda e de Seiya de Pégaso, venceram o gigante. Saitou Hajime disse para Kenshin Himura que Makoto Shishio conquistou o espírito das pessoas (do povo), por isso, ninguém ousava desafiá-lo e se opor ao seu domínio. Os bandidos, os terroristas e os ditadores usam o medo e o terror como armas para poder subjugar e oprimir os mais fracos que tem o seu espírito, conquistado, subjugado e dominado por eles. Desde a Antiguidade que o Diabo e seus anjos usam o medo para conquistar o mundo. Durante a Idade Média, esse medo foi intensificado por meio dos horrores praticados pela Inquisição. Satanás, o Diabo, faz isso com a Igreja hoje também, ele a controla e a domina por meio do impacto psicológico. A maior arma dos bandidos, dos terroristas e dos ditadores sempre foi o medo.
Agora, falarei sobre um desenho ocidental, o Doug, que conta a história de Doug Funnie que para mim parece até um cristão, pois ele é honesto, justo, bom, e ajuda até seus inimigos, como o Roger Klotz, que sempre o atormenta, mas mesmo assim Doug não retribui o mal com o mal. Esse é um dos desenhos mais educativos que conheço e ensina excelentes princípios morais.
Aprendi princípios éticos e valores de honra com os animes. Esses desenhos japoneses me ensinaram que eu nunca devo lutar e matar por vingança ou por motivos pessoais, mas apenas devo combater para promover a justiça e para proteger os indefesos. Os heróis dos animes me ensinaram que eu devo lutar por aqueles que não podem lutar por si mesmos. Isso é ser um verdadeiro herói.
No passado, durante anos, eu desejei ser justiceiro. Sempre abominei a covardia e a opressão contra os mais fracos. Por causa da omissão das autoridades e da sociedade, eu desejava fazer justiça com as minhas próprias mãos, mas Deus, através da Bíblia, a Palavra de Deus, e por meio dos heróis, me mostrou que se eu fizesse isso eu seria tão bandido e tão mal quanto os bandidos e os homens maus que eu tanto queria combater. Eu não sou pacifista (tenho aversão a esse ensinamento maligno, que de bíblico não tem nada, ou seja, o Pacifismo é uma ideologia diabólica mesmo), mas Deus me mostrou, por meio da sua Palavra, que o certo é o Estado (as autoridades legalmente constituídas) que deve fazer justiça (dentro da legalidade e de forma justa). Deus estabeleceu as autoridades governamentais (Romanos 13:1-7) para punir os maus e louvar os bons. Essa é a vontade de Deus. O que posso fazer é lutar pelos meus direitos dentro da Lei, ter sabedoria para votar nos políticos e me engajar politicamente e socialmente para poder fazer alguma diferença, e, claro, orar em favor dos governantes e das autoridades enviadas por eles, tanto para castigo dos malfeitores, como para louvor dos homens que praticam o bem (1 Pedro 2:13-17). Deus estabeleceu os soldados (Lucas 3:14), policiais, magistrados, promotores e governantes para cuidarem do bem-estar da sociedade. Se os homens investidos de autoridade não cumprem com seu dever, eles prestarão contas a Deus e não mim. A minha parte é fazer o bem e ser justo dentro das Leis dos homens e das Leis de Deus.
Os fariseus precisam entender que nem todos os criadores de desenhos são pessoas mal-intencionadas, ou seja, nem todos são satanistas. À vezes, eles colocam suas crenças pessoais nos desenhos não com a intenção de prejudicar as crianças, mas porque, simplesmente, eles acreditam nelas. Muitas crenças fazem parte das culturas das pessoas e como muitas delas não conhecem a Deus, elas acabam colocando ocultismo nos desenhos, mas nem sempre é com a intenção de prejudicar alguém.
Os crentes hipócritas também costumam demonizar os videogames, mas várias pesquisas comprovam que muitos jogos estimulam o raciocínio das crianças, e como tudo na vida, também têm inúmeras coisas boas que nós podemos assimilar. Nem todos os jogos incentivam a violência, isto é, existem muitos jogos educativos.
Realmente, o videogame foi uma das maiores criações da humanidade, pois muitos jogos tornam uma vida amarga numa vida doce e aperfeiçoam o intelecto humano. Eu já passei horas por dia jogando videogame e fui muito feliz nesses preciosos momentos. Eu desenvolvi o meu raciocínio jogando jogos de RPG em que eu tinha que desvendar inúmeros segredos. Durante a minha infância, eu tive momentos muito tristes, mas os videogames que eu jogava alegravam o meu coração me tornando numa criança feliz. Agora, contarei sobre alguns jogos clássicos que me deram momentos maravilhosos que jamais irei esquecer. Sinto falta da época em que eu jogava videogame, porque nessa época, eu era verdadeiramente feliz.
Eu jogava muito os jogos do “Super Mario Bros” e delirava a cada fase que passava até chegar às últimas fases e acabar com esses jogos. No Super Mario Bros eu cheguei à última fase, entretanto, nunca consegui acabar com o jogo. No Super Mario Bros 2 eu consegui encerrar o jogo e gostava muito de jogar com a princesa Peach. O Super Mario Bros 3 era o jogo que eu mais gostava de jogar. Eu enfrentei todos os filhos de Bowser (Rei Koopa), mas gostava de usar a flauta para poder conhecer todas as fases. Eu já acabei com esse jogo jogando fase por fase também. O “Super Mario World" também me distraía nos dias que eu não tinha nada para fazer. Eu cheguei a abrir 93 fases desse jogo e passei por todos os castelos até chegar ao palácio de Bowser, no entanto, nunca cheguei a conhecer todas as fases.
O jogo “Super Metroid” da saga “Metroid” também marcou profundamente a minha infância, pois eu já passei madrugadas jogando esse maravilhoso jogo. O primeiro jogo dessa excelente saga tem uma história emocionante. A lendária "caçadora de recompensas" da Nintendo, Samus, tem uma triste história. Ela morava em uma colônia de terráqueos que foi praticamente destruída num ataque dos Piratas Espaciais, e a pequena órfã e única sobrevivente foi acolhida pelos Chozo, evoluída raça de alienígenas que a treinaram na arte da guerra, deram a ela o seu sangue e a sua conhecida armadura. O seu primeiro jogo leva o nome que até hoje é usado, Metroid, do NES. Hoje em dia, Samus, é conhecida por ser uma das poucas mulheres a estrelarem jogos. Metroid é até hoje um dos jogos que reúne fãs em todo mundo.
Já passei madrugadas jogando o magnífico jogo “The Legend of Zelda a Link To The Past”. Esse jogo foi um dos jogos mais emocionantes que já joguei em toda a minha vida. Eu me divertia combatendo os capangas de Ganondorf, o Rei do Mal, e a cada segredo que descobria ficava feliz da vida. Esse jogo me ajudou a ficar mais inteligente, porque eu quebrava a minha cabeça para desvendar os segredos desse excelente jogo.
“Street Fighter” foi um jogo que me marcou muito também. Eu adorava jogar com os lutadores Ryu, Ken, Dhalsim e Guile, para combater os chefões, Balrog, Vega, Sagat e Mister Bison. Street Fighter é um jogo realmente incrível.
Os jogos “Mega Man 7” e “Mega Man X” também alegraram as minhas tardes e noites. Eu até cheguei a criar histórias em quadrinhos do Mega Man de tanto que eu gostava desses jogos. Eu adorava combater os robôs do Doutor Willy e os Mavericks de Sigma. Os jogos do Mega Man marcaram profundamente a minha infância, portanto, nunca me esquecerei desses esplêndidos jogos.
Os jogos do computador MSX também alegravam os meus dias, pois eu me divertia jogando “The Goonies” e outros jogos magníficos (que, infelizmente, não me lembro de todos os nomes, porque eu era muito pequeno quando os joguei).
Apesar de todas as dificuldades que passei, eu tive uma infância feliz. Sinto falta de quando eu jogava videogame, porque essa foi à época mais feliz de minha vida.
Jogando videogame eu valorizo a música instrumental. Eu me desestresso e me divirto saudavelmente. Eu me afasto dos vícios prejudiciais comuns da juventude (drogas, álcool e sexo ilícito). Exercito minha mente muito mais do que vendo TV (futebol e novelas). Alimento minha imaginação. Desafio as minhas habilidades mentais e meus reflexos. Não fico entediado. Adquiro novos gostos, como a arte e a tecnologia. Conheço excelentes amigos. Eu aprendi o Inglês básico. E ainda têm uns crentes trouxas que pregam que videogame é do Diabo.
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas”. (1 Coríntios 6:12)
O que pode ser pecado para mim, necessariamente pode não ser pecado para outra pessoa e vice-versa. Eu admito que os desenhos que assisto podem realmente até serem maldições para outras pessoas, mas para mim eles são bênçãos. Deus fala comigo através dos animes e o que eu mais admiro no Todo-Poderoso é que Ele não é preconceituoso e me compreende. Deus me respeita na minha individualidade e não me recrimina por eu assistir desenhos japoneses. Convém-me assistir animes sim e eu não sou dominado por eles.
Decidi escrever essa apologia contra Josué Yrion e seus seguidores fanáticos, porque já estou farto de tanto preconceito. Por isso, resolvi dar um basta em toda essa hipocrisia. Espero ter esclarecido o meu ponto de vista, e afirmo que nós, cristãos, devemos reter de tudo o que é bom.
“Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes. O que come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu”. (Romanos 14:2-3)
O contexto desse capítulo não ensina que o cristão tem que viver em função da aprovação alheia (que precisa agradar os religiosos legalistas e hipócritas), mas, sim, que deve evitar se possível, escandalizar os novos convertidos. Eu realmente acredito que existem religiosos radicais sinceros em seu radicalismo, mas o que me dá muita raiva é ver religiosos sem nenhum compromisso com Deus ficar atacando pedras nos outros, apenas, porque os outros não acreditam nas suas doutrinas que são preceitos dos homens. Todos os cristãos têm a liberdade para acreditarem no que quiserem, mas o que eles não podem fazer é impor a sua intolerância religiosa para os outros, porque isso é fanatismo religioso. Quem somente come legumes, fique na sua, e não perturbe ninguém (o contexto desse capítulo não é um ataque direto ao veganismo, mas, sim, a intolerância religiosa).
“Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova”. (Romanos 14:22)
Se eu peco ou não, ninguém tem nada a ver com isso, porque eu prestarei contas a Deus pelos meus atos. Eu tenho a minha consciência tranqüila em relação às coisas que gosto, porque tenho certeza que Deus não condena as coisas que gosto. Vejo mais ensinamentos bíblicos nas artes marciais e nos animes do que em muitas igrejas evangélicas por aí (os princípios e valores das artes marciais são os mesmos da Bíblia). O legalismo e o fundamentalismo somente trouxeram maldição para a Igreja. Fiquem apenas com o que a Bíblia ensina que é melhor, e mantenham distância e desprezem o fanatismo e a intolerância religiosa. Nós devemos buscar a santidade bíblica (e não o legalismo).
AUTOR: Filipe Levi Viasoni da Silva, historiador e professor de História.